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quarta-feira, fevereiro 04, 2009

“Amém, Satanás, você venceu – até agora”



José Ângelo Gaiarsa, psicanalista, pensador, educador, põe nas livrarias seu novo livro, Educação Familiar e Escolar para o Terceiro Milênio (Editora Ágora). O que esmiúça ali, Gaiarsa adianta para Caros Amigos no texto a seguir, em que ele flagra o método para fabricar crianças impotentes, incapazes e dependentes. Coisa que, diz ele, se vem fazendo há 10.000 anos.

Recolocando como ponto de partida o que já é mais que sabido: nos últimos 50 anos a humanidade vem passando por mais transformações do que as havidas em todo o resto de sua história – 10.000 anos! Mas as esclerosadas estruturas de poder, revitalizadas pela tecnologia, continuam a impedir que aconteça a tão necessária renovação, agora possível. Para evitá-la, nada melhor do que a matança dos inocentes (como foi feito de Herodes até hoje).

A pedagogia ignora dados importantes sobre o cérebro, tido desde sempre como o lugar da inteligência. Tem cabimento? No neonato o cérebro pesa tanto quanto 22% do peso do corpo (no adulto, pouco mais de 2%). A circulação cerebral é de início 3 vezes maior que a do adulto, depois duas, nivelando na adolescência.

Aos 5, 6 anos, o cérebro já alcançou 90% do volume que terá no adulto. E daí? – dirá o leitor. Daí que nos Institutos para o Desenvolvimento do Potencial Humano (Filadélfia), sob inspiração de Glenn Doman e há mais de 40 anos, vêm sendo educadas crianças que com 1 ano já sabem ler, conhecem aritmética, aos 2 ou 3 já lêem correntemente e escrevem livros e peças de teatro e mostram um conhecimento enciclopédico muito bem assimilado. Pouco depois podem conhecer duas, três ou mais línguas (entender, falar, ler), tocar um ou mais de um instrumento (com alto nível de execução), programar computadores, nadar e mover-se como atletas olímpicos.

Tudo com muito prazer e nenhuma coação, competição ou exames. A professora é 90% do tempo das “aulas” a mãe (mais o pai – se ele se interessar). Ela não precisa de cursos especiais. A “técnica” do ensino é muito fácil, favorece a formação de uma relação mãe-filho original e com certeza realiza o sonho de todas as mães do mundo:
“Que eu possa fazer por ele tudo o que está em mim – e tudo o que está nele.”
São insistentes em seus livros: toda “aula” tem de ser fácil, agradável, alegre para os dois, criança e “professora”. Ou será melhor não dar a aula. Notar, ainda: as “aulas” duram de segundos a minutos e são repetidas várias vezes ao dia.
Sonho? Não. Realidade.

O cérebro não tem limites

Os Institutos já formaram milhares de mães, aceitando as crianças que apareciam – sem testes nem seleção. Aliás, condenam competições, exames e testes, que despertam reservas e desconfianças na criança, tanto em relação a si mesmas quanto em relação aos que ensinam. Qualquer criança pode ser... excepcional, se bem amada e levada a sério.

Eles levaram a sério os dados citados acima sobre o cérebro e agiram de acordo: dos primeiros dias de vida até os 5, 6 anos, pode-se ensinar para crianças o que quisermos (e tudo o que elas quiserem) e elas aprenderão sem esforço e com muito prazer.
Aprenderão, também, muito de tudo e de todos os que as cercam, por imitação inconsciente.

Este o significado pedagógico daqueles números citados mais no começo. Crianças humanas podem aprender mais nos 5 primeiros anos de vida do que em todos os demais anos de sua existência.

Nossa escola começa... no fim do período do potencial máximo.
É preciso repetir: estes estudos e experiências já têm quase meio século de existência e difusão mundial.

Oito livros produzidos por membros da equipe já foram traduzidos para mais de 10 línguas e milhões de exemplares vendidos no mundo. Portanto, nenhuma Escola de Pedagogia tem o direito de ignorá-los.

Juridicamente se dirá: ignorância culposa, grave. Contra a criança! Contra o futuro da espécie – em necessidade mais do que urgente de renovação.
Insistindo: não são especulações de um Grande Homem genial, mas trabalho árduo de uma equipe multidisciplinar de pessoas mais que habilitadas e empenhadas no que estão fazendo. Mostram um respeito e uma admiração pelos seus pequenos gênios deveras tocante. Iniciaram suas atividades, bom lembrar, há 50 anos, tentando fazer alguma coisa pelas crianças com lesões cerebrais. Com dedicação extrema da equipe e das mães das vítimas, conseguiram resultados mais que surpreendentes em uma época onde nada se podia fazer por esses infelizes.

Descobriram que o cérebro não tem limites para se desenvolver e o faz se adequadamente estimulado, na forma e na freqüência necessárias.

Só depois começaram a pensar nas crianças normais. Se o leitor estiver interessado em conhecer de perto as técnicas, ou de realizá-las com seu filho, pode encontrar em português: Como Multiplicar a Inteligência do seu Bebê, Glenn Doman e Janet Doman (Artes e Ofícios, 1999, Porto Alegre, RS). Mais: Como Ensinar seu Filho a Ler, Como Ensinar Matemática para seu Filho e O que Fazer com seu Filho Lesionado Cerebral. Não disponho de indicação em português. Na certa o Google sabe. Acesse “Glenn Doman”.
Acesse também a edição de janeiro da Caros Amigos, onde Gaiarsa finaliza suas considerações acerca dessa nossa incrível capacidade de estragar o ser humano. Já nas bancas!

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